Região Norte de MT debate oportunidades perante crises política e econômica do país

Momento também foi de novos associados e de balanço da gestão do presidente Endrigo Dalcin

img-fluid
A 11ª edição do Circuito Aprosoja finalizou na última sexta-feira (22) mais uma etapa. Sinop, Sorriso, Vera, Lucas do Rio Verde, Tapurah e Nova Mutum, todos da Região Norte de Mato Grosso, somaram 373 associados interessados em entender o momento político e econômico que o Brasil e o mundo passam e como o agronegócio pode se preparar para evitar prejuízos.   "Até o fim do Circuito passaremos pelos 23 maiores municípios mato-grossenses produtores de soja e milho. Aqui na Região Norte tivemos casa lotada em todas as cidades, um indicativo que os produtores querem entender e aprender. Esse ano não está fácil, passamos por crises política, econômica e climática. E o Circuito vem exatamente para isso: responder o que o produtor pode fazer, diante desse cenário, para melhorar a gestão de sua propriedade em um ambiente tão instável como o de agora", explica o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin.   Para apresentar possíveis soluções ou alternativas, o engenheiro agrônomo Fernando Pimentel traz um panorama macroeconômico. "Crise da Europa, atentados terroristas, saída da Grã Bretanha da União Europeia, tentativa de golpe na Turquia, transição de Dilma Rousseff para Michel Temer e como todos esses fatos impactam na economia, o que pode nos prejudicar ou nos ajudar, são pontos que estou apresentando", afirma.   O palestrante também dá dicas durante sua apresentação do que é preciso evitar em momentos de crise. "Um dos principais desafios nos próximos meses é volatilidade. Toda essa incerteza dentro e fora do Brasil ainda traz muita volatilidade no câmbio. Outro ponto que os produtores devem abrir os olhos é: não é o momento de passos muito largos, em função da questão do crédito”, disse.     Para Pimentel, o produtor deve focar no caixa. “O produtor agora tem que se consolidar no crescimento que vem tendo ao longo dos últimos anos. Muitos investiram em armazém e expansão de área, por exemplo. E esse é um momento de reflexão com relação a essa gestão do fluxo de caixa. Uma safra difícil como essa, pelo clima, associado às vezes a uma retração do crédito, pode colocar o produtor em dificuldade".   Realizador do evento ao lado da Aprosoja, o Sistema Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), traz um panorama de como agir quando agir por meio da educação em momentos de crise.    “Se for parar para analisar, Mato Grosso hoje tem baixa produtividade. A gente está colhendo, em média, 50 sacas de soja por hectare. Além disso, a cada ano o custo vem aumentando e o preço tem caído. É claro, há produtores que estão colhendo 70 sacas e, quem colhe bem, suporta uma crise. O equilíbrio é colher bem e, como fazer isso? Tendo bons operadores de máquina, boa manutenção dessas máquinas, agricultura de precisão, conhecer muito bem cada talhão de sua fazenda e fazer adubação de taxas variáveis. O caminho é usar tecnologia e educação ao seu favor”, afirma o consultor do Senar, Glauber Silveira.     A oportunidade - O tema desta edição do Circuito Aprosoja despertou a atenção do público. Em Vera, por exemplo, os associados presentes no Circuito Aprosoja dobraram em relação ao ano passado.    Além deles, mais 10 produtores aproveitaram o momento para se associarem. "Nós estamos vivendo uma crise política e econômica, além de uma crise hídrica que agravou tudo neste ano. Normalmente a gente consegue reunir mais pessoas exatamente quando tem algum problema. Quando não se tem problema, a desunião fica um pouco maior. Então mais produtores e mais associados se devem exatamente a pensar e refletir qual caminho seguir”, pontuou o delegado coordenador do Núcleo em Vera, Cayron Giacomelli.   

PARCEIROS
Senar
Imea