Reforma Tributária será nefasta para MT, destaca diretor da Aprosoja-MT

Todos os países que estão na OCDE desoneram a produção primária de alimentos, mas o Brasil caminha na direção contrária, diz Wellington Andrade

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Enquanto a semana começa com anúncio de esforço concentrado, em Brasília (DF), para aprovação do texto da Reforma Tributária antes do recesso, em Cuiabá representantes do setor produtivo de Mato Grosso se reuniram na tarde desta segunda-feira (03.07), na sede da Federação das Indústrias (Fiemt) em busca de alternativas de mobilização contra os impactos negativos da proposta em tramitação no Congresso. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), representada pelo diretor Executivo da entidade, Wellington Andrade, reforçou que todos os países que estão na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) desoneram a produção primária de alimentos e somente o Brasil caminha na direção contrária. Para Andrade, a aprovação da atual Reforma Tributária vai onerar o custo de produção, reduzir a renda do produtor e consequentemente vai ter aumento no custo dos alimentos. “Exemplo disso é um estudo que foi divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) onde está constatando que vai ter um aumento de carga tributária de mais de 59% nos itens da cesta básica”, comentou o diretor. A apresentação do secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, seguiu nessa mesma linha chamando atenção para os impactos negativos da proposta para todos os setores e como a população será afetada inclusive com aumento do preço do pão francês, item básico na mesa do cidadão. O secretário também questionou a falta de dados e números da proposta em tramitação, lembrando que se for aprovada da forma como está, essa Reforma tira a competitividade de Mato Grosso. “Vai ser perda de competitividade na veia, precisamos de apoio, estamos com a bancada toda mobilizada, o governador está indo para Brasília, é hora de união”, finalizou o secretário Gallo.      A Aprosoja-MT está mobilizada e debate este tema desde 2018 e, em 2021 trouxe o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Cintra, especialista em tributação, para percorrer o estado alertando os produtores rurais, já prevendo o cenário atual. “Um dado importante é que essa Reforma Tributária do jeito que está atende aos interesses de somente 15% do PIB brasileiro, as grandes indústrias e os bancos (setor financeiro). Os outros 85% do PIB Brasileiro que engloba agropecuária, serviços, comércio, saúde, não são atendidos por essa reforma, pelo contrário, são prejudicados com aumento de carga tributária”, argumentou o diretor Executivo da Aprosoja-MT. O setor agropecuário de Mato Grosso está confiante na atuação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na defesa dos interesses do setor nessa tramitação.     Ao final da reunião ficou definido que será produzido um documento assinado em conjunto entre todas as entidades como forma de manifestação contrária aos pontos negativo da proposta, bem como encaminhando sugestões.  

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