Ferrovias são destaque durante Missão Rússia

Sistema de trabalho do Operador Ferroviário Independente pode ser implantado no Brasil para ampliar a competitividade no setor

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A logística e a infraestrutura foram o foco de uma comitiva formada por diretores da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e do Movimento Pró-Logística na Rússia, no mês de agosto. O grupo, que também contou com a presença do senador mato-grossense, Wellington Fagundes, e do analista político, Alfredo da Mota Menezes, esteve entre os dias 12 e 26 de agosto no país.    No roteiro, locais como a Embaixada do Brasil, a chancelaria russa, o Banco de Desenvolvimento, o Ministério do Transporte e o Ministério da Agricultura. As visitas incluíram também empresas de transporte ferroviário, indústria de locomotivas e de vagões e estaleiros dedicados à produção de barcaças, empurradores e berços flutuantes, com foco nos serviços fluviais e ferroviários.    O grupo visitou o estaleiro de barcaças da empresa Kostroma Wharf, na cidade Kostroma, e o estaleiro OCK, em São Petersburgo, e também esteve na empresa Monolit, especializada em fabricação de berços flutuantes. Outra companhia visitada por três vezes foi a Russian Railways (RZD), que administra cerca de 85 mil quilômetros de ferrovia. Ainda no setor ferroviário, foram mantidos contatos com a indústria de locomotivas Transmachrolding e com a indústria de vagões United Wagon Company.    “A RZD é uma gigante. Ela é responsável por 2,9 bilhões de toneladas de cargas diversas e cerca de 1 bilhão de passageiros por ano. Nas visitas a todos seus principais terminais, pudemos constatar como são organizados e eficientes. Exatamente pela grandiosidade desses números é que um dos principais focos da Missão Rússia foi o modal ferroviário”, destaca o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira.    As ferrovias russas, aliás, não são destaque apenas para o grupo da Aprosoja. De acordo com Ferreira, o modal corresponde a 81% da carga transportada no país. Devido ao inverno rigoroso, que congela os rios, as hidrovias têm uma fatia de 5% neste transporte. O modal rodoviário corresponde a 14%.    Outro ponto importante visto pelo grupo foi o funcionamento do Operador Ferroviário Independente (OFI). Na Rússia, empresas que possuem trens e vagões podem utilizar a ferrovia de terceiros para realizar o transporte de seus produtos. Esse modelo de funcionamento é característico do transporte de cargas no país e não exige a concessão da ferrovia.    O OFI é uma demanda da Aprosoja e do Movimento Pró-Logística no Brasil. “É um sonho nosso, porque permite a concorrência, o que pode levar a preços mais competitivos. No caso da RZD, as locomotivas são da empresa, embora os vagões sejam terceirizados”, explica Ferreira.    Grãos – No Ministério da Agricultura, um dos assuntos foi a capacidade da expansão da agricultura russa, principalmente das culturas da soja e do milho.   A comitiva também visitou, em Kaliningrado, a empresa Sodrugestvo, compradora de grãos em Mato Grosso, principalmente no eixo da BR-163.    “Hoje, eles escoam a produção por Imbituba (SC), Miritituba e Porto de Vila do Conde (PA). A preferência é por produtos não transgênicos, apesar de comprarem transgênicos. Um dos pontos conversados com os nossos associados na viagem foi sobre contratos futuros focados em não-transgênicos. A empresa tem uma superestrutura, com três indústrias esmagadoras e 2 mil metros de leito para os navios atracarem, o que a torna interessante e importante para Mato Grosso. São consumidores diretos, que compram direto dos produtores para consumo próprio e esmagam já na Rússia”, explica Edeon Vaz Ferreira.     

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