Seca cria situação de alerta nas lavouras de soja

Governo cria comissão para mensurar prejuízos causados pela falta de chuva. Aprosoja roda estado para análise in loco

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O governo do estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), irá criar uma comissão especial para consolidar um diagnóstico mais aprofundado sobre os impactos da seca sobre as lavouras de soja no ciclo 2015/16. Algumas regiões produtivas de Mato Grosso já somam mais de 30 dias sem chuva – o que prejudica principalmente a cultura da soja, que neste momento deveria estar em pleno desenvolvimento das plantas. A notícia foi dada durante reunião realizada na tarde de hoje (16) entre Sedec e representantes do agronegócio mato-grossense, como a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja). A primeira medida a ser desenvolvida pela comissão será a identificação dos municípios mais afetados pela seca. Em seguida, caberá aos técnicos a tarefa de enquadrar a realidade mato-grossense dentro dos procedimentos burocráticos exigidos pelo Ministério da Integração Nacional para a declaração de situação de emergência. “Estamos atentos aos riscos que essas condições incomuns do clima trazem para a cultura da soja, que é essencial para a economia do nosso Estado. Este é um sinal amarelo para toda a cadeia, pois a situação é muito preocupante”, observa o secretário-adjunto de Estado de Agricultura, Alexandre Possebon. Um dos números que preocupa o Governo é a previsão do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) que aponta para uma redução em 1 milhão de toneladas na produção de soja no ciclo 2016/17. As últimas projeções do instituto mostram que a produtividade da soja caiu para 50,8 sc/ha, e que o índice de replantio no estado supera 3%. “Estamos em alerta. Já atingimos o maior percentual de replantio dos últimos anos e estamos preocupados não apenas com uma possível quebra de produção como com o comprometimento da produção de milho safrinha”, pontuou Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja. Com o solo seco devido à falta de chuva, precipitações em até 5 milímetros praticamente não produzem efeito, prejudicando o desenvolvimento das plantas. “Este é um ano em que realmente precisávamos da famosa ‘invernada’”, observa Dalcin. O assunto é tão preocupante que a Aprosoja destacou uma equipe da Diretoria Técnica para percorrer municípios produtores para averiguar a situação real das lavouras. “Precisamos agora mensurar os estragos”, ressalta o presidente da entidade. Em outra frente, o Imea lançou uma ação excepcional de pesquisa junto aos produtores rurais para atualizar e regionalizar a ocorrência de replantio de soja. A expectativa é de que até o final desta semana haja um diagnóstico mais elaborado da situação. 

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